Gèlé (Pano de Cabeça): A Coroa da Mulher Negra! (I)
O Pano de Cabeça no Candomblé – O Gèlé
Mo júbà!
Você já viu aqueles panos lindos nas cabeças das mulheres nigerianas? Já reparou que aqui no Brasil, dentro do Candomblé, ele ganhou quase que um culto e até mesmo itan para justificá-los? Pois bem, trago hoje para vocês o Gèlé – Pano de Cabeça do Candomblé!
Um amigo, nigeriano nativo, com qual mantenho trocas culturais e linguísticas simplesmente estranhou o uso por homens aqui no Brasil no Candomblé, não só o uso do pano de cabeça, como outras vestimentas femininas em homens. Apesar das explicações dadas, para ele é algo estranho. Em outras situações se usam sim os panos de cabeça, principalmente em desertos, mas em situações sociais e festivas ele estranhou.
“Gele” ou “Gèlé” é uma palavra Yorùbá para um envoltório usado na cabeça das mulheres, ou seja, uma espécies de indumentária feminina. Pode jogar a palavra no Google e ficará espantado com a beleza desse item feminino. As mulheres Yorùbá são conhecidas por usá-los incrivelmente bem encaixados, fixados em suas cabeças, e apesar de ser apenas um apetrecho, pode ser encontrado em quase todas as culturas Africana.
Se deseja saber mais sobre outras vestimentas e suas explicações, saiba que no Curso Fundamentos do Idioma Yorùbá, trato de vestimentas femininas e masculinas. Excelente conhecimento para ser passado dentro do Ilè.
Gèlé é mais do que apenas uma cabeça coberta, é uma forma de arte. Um grande pano retangular amarrado na cabeça da mulher em uma variedade de formas, cores e estampas. O material usado para fazer o Gèlé é geralmente duro, mas flexível, por exemplo, Aso-oke (o verdadeiro feito em tear e de seda), Brocado (algodão) e Damasco. Aqui no Brasil se usam materiais diversos, de bordado a chita.
Estes materiais vêm em uma ampla variedade de cores, padrões e texturas. Quanto maior o pano (e maior a habilidade) mais elaborado aparenta e até confere um certo status. É quando a mulher negra se torna a rainha em toda sua plenitude e beleza!
Amarrando um Gèlé
Amarrar um Gèlé é uma forma de arte que requer prática, paciência e muitas vezes um braço bem tonificado, mas uma vez amarrado, um Gèlé pode fazer qualquer mulher aparentar um certa realeza, um ar de supremacia estética. É uma bela coroa de glória e honra, e hoje eles vêm em cores surpreendentes, padrões e desenhos.
Para eventos glamourosos, como casamentos, aniversários, batismo, inaugurações ou até mesmo funerais – aparência de uma mulher é muitas vezes considerada incompleta sem um.
Quando se fala em Brasil, dentro do Candomblé eles quase que tem uma amarração padrão, porém, estou começando a ver algumas àwon ìyá usando de maneira mais glamourosa, sem deixar a essência religiosa e respeitosa se perder.
A arte de amarrar um Gèlé é como qualquer outra arte, o seu sucesso depende da criatividade e maestria. Um pano de cabeça, como é chamado aqui no Brasil, no Candomblé e Umbanda, quando devidamente amarrado, pode ser como uma coroa, porém, ao contrário, se feito de forma errada pode se tornar um desastre total. Imagine no alto de sua beleza, ele se desfazer no meio do salão? Não seria bom!!!! Apesar de acontecer por vezes.
Cada Gele é único e não existe uma fórmula verdadeira para alcançar a aparência exata duas vezes. Se você der uma olhada mais de perto, você verá que não há dois Gèlé(s) – Àwon Gèlé – (uma vez amarrados) iguais. O povo Yorùbá, absolutamente ama Gèlé porque não só eles são amarrados em vários estilos, mas eles são um aspecto da cultura que fazem as mulheres se sentir bonita e são em verdade, não importa a ocasião. O estilo das cores do Gèlé pode ser um reflexo do seu estado de espírito, o estilo ou personalidade. Assim como temos aqui no Brasil o tipo funkeira, pagodeira, executiva, hippie e etc. Um Gèlé tem a marca de sua dona, ou usuária. Tendo aí também reflexo de desleixo ou capricho; de luxo ou simplicidade.
Criatividade é a chave!
Interessado em saber como amarrar seu próprio gele? Não perca no próximo post vídeos ensinado a marrar seu Gèlé e você chegar totalmente transformada em seu Ilè t’òrìsà!!
Ó dàbò!!
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Amei mto os ensinamentos
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Linda a materia parabéns, porem gostaria de saber o uso do Gélé na relação com o espiritual. Grata e mais uma vez parabéns pela materia.
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