O Inimigo Número 1 do Candomblé! – Você o conhece?
Quem Denigre Mais o Candomblé?
Esse é o primeiro de dois posts que visam falar acerca intolerância religiosa de uma forma que talvez te incomode…. Talvez até busque não vir mais neste blog. Todavia que a verdade seja dita e que pelo menos tente respirar um pouco fora da caixa.
Todos os meses acho notícias pelos jornais alternativos, mídias alternativas… aquelas não manipulativas tipo Globo, Record, SBT… etc, sobre mortes de zeladores e zeladoras de Òrìsà, destruição de templos de Umbanda e Candomblé e agressão gratuita contra praticantes dos cultos afro brasileiros. Está caindo na banalidade já, infelizmente, assim como os diversos outros crimes que assola o Brasil.
Essa é a intolerância gritante, que mata, entristece, assusta e que às vezes até cala… Mas esta postagem ficaria batida se falássemos sobre os fundamentalistas cristãos e aqueles que nem o são, mas tem total preconceito contra o que julgam de “macumba”. Há uma outra, a Intolerância Religiosa Silenciosa, mas que faz muito alarde pra os que sabem ver e ouvir, entristece quem sente na pele e assusta os desavisados.
“Nosso Inimigo Veste Branco.”
Certa vez li isso e realmente pude ver que é verdade. É tudo muito lindo as pessoas na rede social escrevendo Àse embaixo de imagens com frases de Òrìsà, ou elogiando uma foto de um Òrìsà. As pessoas elogiando determinado zelador… E por aí vai. Entretanto a parte sombria, a parte que ganha mais adeptos a cada dia e assim o é desde o Orkut, são os caçadores de marmoteiro e bequeiros.
Esses chegam a criar perfis falsos para poder fuçar a internet em busca do que eles, na altíssima sapiência religiosa, sumos donos da verdade a respeito do Candomblé e Umbanda, julgam ser errado. Postam fotos, vídeos, nomes e endereços de saídas de Ìyáwo, Festas de Exu e qualquer coisa que sirva para atacar o que na cabeça deles não é certo.
Precisamos de alguém de fora para nos atacar? Precisamos de alguém chutando santa, desmanchando trabalhos na frente de câmeras ou apedrejando para nos diminuir??? Não, temos “express” dentro de casa. Pura e simplesmente porque a casa dessas pessoas é o exemplo do certo, justo e fora de cogitação de ter um erro ou desvio. Um ditado diz: Quem cria cobra em casa, acaba sendo picado por ela!
O que é o Certo dentro das Matrizes Africanas.
Poucos respondem essa pergunta sem deixar escapar um pouco de tendência de ditadura religiosa, sem também deixar espaço para diversidade. Não foi escrito, decretado ou algo que o valha o que seria na ponta do lápis Um Candomblé, isso vem de tradições (olhem o plural), muitas pessoas formam o Candomblé, muitas formas de louvar o sagrado africano em solo brasileiro formam o Candomblé. O que é praticado no Sul não é, nem será igual ao que é praticado no Nordeste e no Sudeste. Temos um Brasil grande com grandes diferenças climáticas e vegetais. E temos datas de chegada diferentes para grupo de escravos e eles também vieram de cidades diferentes.
Uma vez uma pessoa disse algo contundente: “Beco por Beco o pior é o próprio Candomblé que teve que adaptar tudo, até iniciação do que realmente é nas cidades africanas de origem!” Pouco de verdade aí. Se o próprio Candomblé é uma adaptação e organização dos cultos de diversos Òrìsà de cidades Nigerianas, Angolanas, etc, porque aqui deveria ser tudo certinho em várias regiões? A própria palavra Candomblé não é usada em todos os lugares do Brasil, mesmo eles cultuando Òrìsà.
Diferente de algumas religiões, o Candomblé não possui livro sagrado para ditar regras ou um sumo sacerdote detentor de todo o conhecimento para tal, como um Papa. Às vezes tem determinada personalidade que dita algumas modas… Que se tornam regras e por aí vai. Cada caso é um caso e casa cada casa é uma casa. É utópica a plastificação do Candomblé, uma receita de bolo que possa se passado de geração a geração. Mas mesmo assim, se você for mexer o acaça de forma diferente da casa de fulano, aí começa o erro. Seu Òrìsà não fez o passo que todos fazem? Não sabe dança… é casa de beco. A foto do òrìsà saiu com a cor diferente na roupa do que a ditadura da moda dos òrìsà manda? Sua foto vai pros caçadores de beco para escracharem até não poder mais. O tempo de recolhimento é menor do que a casa do vizinho…. muita modernidade, estão estragando a religião… beco… marmota…
Há casos sim que a foto é de se estranhar (Òrìsà em cima de uma moto – Òrìsà sentado na mesa comendo com convidados de garfo e faca – Pombagira com Guitarra). No entanto, há casos que a pessoa se quer conhece o histórico da foto, a dinâmica do que houve e julga aquela fração de segundos, como marmota… beco… e lá vai pedras e pedras e pedras (Pensavam que só fundamentalistas apedrejam as pessoas na rua neh?)
Nada Escapa… acredite!
Não só o Candomblé, mas cultos tidos como perigosos, sérios… também são atingidos. Veja a foto abaixo:
Essa foto linda foi julgada por causa de um texto que sempre rolou pela internet e também por causa de milhares de especialistas(não iniciados) ao culto de Bàbá Egungun afirmarem que não se pode sequer tocar nas roupas de um Bàbá, do contrário estaria amaldiçoado e teria que tomar muitos ebós para tentar se salvar. Há outras fotos com Bàbá também que as pessoas julgam, como um grupo de três sentados e todos usando tênis da Nike ou um senhor abraçando um Bàbá como se posasse para foto.
Se mal sabemos de candomblé, quem dirá desse culto tão misterioso e lindo e fechado.
A internet com certeza tem sua parcela de culpa, mas serviu apenas para mostrar como não estamos prontos para a diversidade cultural e religiosa de nosso mundo, se quer no próprio país. Clama-se por união dentro da religião, mas basta o diferente surgir e esquece-se dessa tal união!
Conclusão.
Sabe-se que fazem muitas besteiras aí a fora com o nome de Òrìsà, sabe-se de pessoa que se quer foram iniciadas e fazem uso de título para iniciar as pessoas (Eis aí uma regra do Candomblé mais antiga que o próprio). Este post não foi feito para passar a mão na cabeça de quem pinta e borda com a religião, mas para alertar sobre a desnecessidade, o desserviço de se explanar essas situações. Já temos uma sociedade treinada a ir contra os nossos costumes e cultura, e ainda temos que lidar com o nossos próprios nos pondo para baixo?
Quero muito saber da opinião de vocês sobre o assunto e sobre este pensamento. Opinem no espaço abaixo e vamos debater o assunto!!
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Perfeita colocação…. ao invés de tomar conta no que acontece no barracão alheio, o povo de santo tinha que acordar e começar a se aglutinar, formar coletivos como nossos ancestrais faziam, para atender nossas demandas… Enquanto não mudar a forma de pensar, nada vai mudar….
Mo juba
Grato por sua opinião. Realmente precisamos de lideranças que formem blocos consistentes e lutem bem essa luta que é externa e interna.
Grande abraço
Makuiu kalofe motumba concordo com a abordagem da primeira parte do texto no sentido de ser um fato e que já sabemos dessa primeira parte do problema e não temos como expugar esse “inimigo” de nosso meio. Entretanto ele é facil de ser encontrado quando não é um Fake.
Mas porque ele poderia ser um Fake porque não mostraria sua face?
Será que seriam de nossa religião todos eles?
Umas das taticas utilizadas na segunda guera nundial pelos nazistas era minar as fontes de referencia dos seus “inimigos” judeus e obtiveram sucesso pois hoje sabemos que muitos judeus bancaram o partido nazista.
Hoje observo que muitos dos nossos também votam no opressor por beneficios materiais ou até imaterial. Mas quem essas pessoas estão traindo?
Elas estão traindo o sagrado.
Wstão traindo o sagrado quando falam mal de uma casa, quando votam numa pessoa que não é do Axé e quando expõe o sagrado na internet ainda que seja uma casa séria
Precisamos entender que as pessoas na Matriz Africana precisam de educação e cultura pois devem e tender que nossa crença está acima de uma simples religião.
E isso pode ser trabalhado de barracão a barracão um a um.
Agora o ódio do neo- pentecostal por nós nunca irá acabar embira lhe pareça redundante ele é real e também é um fato não adia te querer trazer a responsabilidade de todas as atrocidades citadas no texto para dentro de nossa casa. Pois esses crimes não foram cometidos por nós contra nós.
Nossos problemas internos devem ser resolvidos sim mas sem desmerecer o que estamos sofrendo que vem do opressor. Pois ainda que não tivessemos os problemas internos não deixariamos de ter os externos que são bem maiores.
Mo juba
Grato por sua opinião. Breve teremos a segunda parte da postagem abordando os inimigos externos.
Grande abraço!!
Achei seu texto pertinente e seus argumentos bem colocados. De fato, um discurso desagregador não nos ajuda, não contribui com a causa. Uma lástima a descompreensão que vemos na web, que só reflete à da vida real, a que existe entre os membros da religião. Devemos fugir dessa armadilha dos que querem nos desunir ainda mais através de discursos e práticas que criam mais divisões. Mo dupé.
Mo júbà Carlos.
Grato pela sua opinião. Realmente temos uma religião bem crítica com boa parte da sociedade caindo em cima. Temos que rever muitas condutas de nossos praticantes com nossa religião… devemos ter mais carinhos e apreço para com nossos òrìsà!
Grande abraço
Estasta postagem deveria ser compartilhada, colocada em moldura a ser afixada em toda casa de culto, talvez assim, muitos dos nosso irmãos iriam percebem que o desrespeito vem primeiramente deles próprios, não entendem que ao compartilhar e postar certas coisa referente a nossa religião, tendo abaixo vários comentários denegrindo o ato postado estão realmente falando mal da propria religião, só crescemos realmente quando entendemos que cada um vibra em uma faixa vibratória, que na sua casa vc tem o direito de fazer da forma que quer, e que acha correto e meu dever moral é respeitar. Precisamos entender urgentemente que somos nós os responsáveis por todo desrespeito e rejeição ao Candomblé, a religião foi passada oralmente pelos nossos ancestres, e se nós não aprendermos hoje com nossos mais velhos acabaremos reinventando o candomblé, no meu tempo de iniciação os babalorixas amigos do baba ou ya iam para casa dele ajudar a feitura dos orixas que estavam nascendo e não havia disputa mas muito, muito respeito. Dificil manter firme o ideal daqueles que se sacrificaram deram as vezes a própria vida para nos deixar o legado que hoje desrespeitamos. Triste
Mo júbà
Agradeço as belas palavras. Realmente este tipo de intolerância me incomoda desde a época do Orkut. Esse pessoal que acha marmota em tudo, sem pensar na imensidão que é nosso país com seus diversos falares e culturas.
Grato por sua opiniao.!
Boa tarde,
Sim, muitos dos inimigos das religiões afrobrasileiras estão dentro dela, concordo.
Vestem branco,exato.
Mo júbà
Grato pela participação!!
Ainda sou daqueles que entende, que as religiões afrobrasileiras deveriam ter líderes, regionais e um nacional, eleitos pelos fieis. Esses líderes teriam o compromisso de orientar as Casas da religião afro. Pois é tudo muito solto, muito independente, longe de mim propor algo igual a Igreja Romana, mas por ela ser o que, veja a organização que ela tem? Uma escola de formação, seria interessante, inclusive com o aprendizado do yorubá, banto ewe, sei que fica uma coisa muito ocidental, mas o fundamental seria aprendido na Casa de Ase. Porém, ainda acredito, nada disso funcionaria, se não houver respeito um pelo outro.
Mo júbà
Antes de entrar para o Candomblé, eu pensava que a formação de um zelador se desse assim, através de muito estudo e conhecimento. Que houvesse uma liderança que estivesse lutando pela nossa imagem e direito. Mas triste ver que o Candomblé está jogado ao léu. Cada um por si!
Hoje a educa Yoruba tenta levar o ensino do idioma, mas ainda é barrada pelo simples fato de colocarem na cabeça que tudo se aprende dentro do barracão. E assim caminha a humanidade 🙁
Grato por sua participação!!
Motumba!
Sou Abian filha de Oya peço ago para expor minha opnião, sabe qual a maior contraversão que vejo muito?! Irmãos que falam de intolerância, e morrem de vergonha de dizer que é de Asé ou sair com suas indumentárias, as contas etc. Me pergunto como podemos exigir respeito com a nossa crença nossa cultura se muitos entre nós “escondem” o Asé que carrega, se envergonham, tem medo?! como assim medo?! Se nós mesmo não conseguimos encarar com naturalidade nossa cultura como podemos exigir algo? por isso concordo a mudança começa de dentro pra fora, como se pode exigir União se uns e outros visitam a casa de seus Irmãos (porque somos todos Irmãos) para sair criticando, ou invejando o Ile alheio, vejo muitos que criticam a intolerância mas levam para dentro do Ile palavras cristãs (diabo, demônio) e não se lembram que isto não nos pertence, ai Irmão nossa luta fica mais difícil!
Mas quero ressaltar que tive uma criação evangélica, minha família carnal são evangélicos e sei bem o que se diz, a 10 anos decidi seguir o Espiritismo e me firmei no Candomblé a quase 2 anos, porém meu Babalawo sempre muito sincero nunca me privou de diálogos, de passar conhecimento e me mostrar o que é o candomblé e nunca fica eu disse NUNCA fica de diz que me diz de outros Iles e acredito que isso também faz toda a diferença…Muito Asè Muita Força e que os Orisás nos Protejam e nos de Sabedoria nos mostrando que vaidade não leva a lugar algum, e o mais importante é o amor respeito e conhecimento(sem arrogância) para com todos.
Muito bem colocadas as dúvidas. Me pergunto muito essas coisas também!!
Bom dia. Desde que eu me entendo por gente a fofoca, o falar mal da casa dos outros faz parte das “”tradições”” do candomblé. A diferença é que no passado as fofocas eram presenciais, depois ficaram presenciais e por telefones fixos, depois evoluíram para fofocas em celular analógico e agora, assim como tudo, é compartilhado na internet. Ninha opinião sobre esse tema é o seguinte: porquê que ninguém coloca vídeos ou fotos de casas mais ortodoxas na internet para falar mal? Porque estas casas não permitem fotografias nem filmagens, nem das suas festas publicas. A melhor forma de se precaver de fofocas no mundo virtual é justamente não fazer parte dele, não digitalizando rituais através de DVDs, CDs etc e não postando as digitalizações nos Youtubes, instagrans e Facebooks da vida.
Grato pela opinião.
i am from Italy hello. Can you help me translate? /rardor