[Polêmica do Turbante] Quem pode usar afinal de contas?
Está Proibido Pessoas Brancas Usar Turbante – Saiba o Porquê!
Nos últimos dias, uma grande polêmica inflou os ânimos pela internet. Uma menina branca foi criticada e ainda o por algumas pessoas do movimento negro por usar um turbante. Segundo essas pessoas, ela estaria fazendo apropriação de uma cultura. Isso mesmo, ela estaria se apropriando de uma cultura ao ser branca e fazer uso de uma peça associada à cultura negra.
Não para por ai. A menina estava usando o turbante como uma forma de esconder a ausência de cabelos por causa de um tratamento de câncer. Thuane Cordeiro estava no metro quando foi fuzilada por olhares de reprovação por um grupo de meninas e recebendo comentário de que era “ uma branquinha se apropriando da cultura negra”.
A íntegra dessa matéria pode ser vista aqui – Clique Aqui e Saiba Mais!
A guerra virtual
Não acabou aí, logo a guerra virtual através dos meios digitais começou. A guerra do turbante impressiona pelos comentários e raciocínio das que acham o uso do turbante uma apropriação cultural, esquecendo inclusive da condição da menina. Vejam os prints:
E numa guerra, sempre há dois lados, sendo que quem é contra esse tipo de preconceito, está indagando sobre um monte de situações. Um exemplo: a maioria das usuárias que são contra a apropriação usam cabelos loiros, lisos, platinados e uma série de outras característica “branca”.
Ainda fazem uso de toda uma cultura americana de origem (rede social, internet, celular, notebook ou computador). Mas a essas críticas não responderam tendo algumas até mesmo cancelando seus perfis nas redes sociais devido as enxurrada de críticas.
A Origem do Turbante
Logo, muitas pessoas começaram a fazer pesquisas sobre a origem do turbante. Seu uso é feito em larga escala, em várias culturas, em épocas diferentes e por pessoas em níveis culturais diferentes. Ou seja, não há um dono do turbante ou um cultura dona do turbante.
O turbante tem origem exata imprecisa, mas consegue se rastrear uma zona mais ampla e pouco definida de suas origens.
Persas, anatólios, lídios, árabes, argelinos, judeus, tunisianos aparecem com turbantes, utilizados de várias maneiras, bem antes da era cristã. Na Índia, o turbante também foi amplamente usado através dos séculos e ainda o é. O interessante é que entre os povos antigos, o adereço era predominantemente exibido por homens, apenas de uns tempos para cá que passou a ser amplamente usado por mulheres.
No brasil chegou a ser usado por Carlota Joaquina devido ao surto de piolhos que houve na embarcação. Negros escravos também usavam para carregar utensílios na cabeça como ainda é feito em alguns locais da África. Também sabe-se que havia uma série de imposição aos escravos, inclusive de vestimentas.
Os guerreiros indianos sikh também fazem o uso milenar do turbante, alguns sendo enormes e bem chamativos. Tivemos também novelas onde a personagem fazia uso de um turbante e até então ninguém havia comentado, criticado ou algo do gênero.
Os significados de um turbante podem variar muito: pode indicar a origem, tribo ou casta da pessoa, identificar a religião (como o Ojá africano usado por pessoas do Candomblé e Umbanda) ou a posição social.
O comércio tratou de estabelecer as relações entre Oriente e Ocidente, facilitando as trocas de costumes e culturas. A Europa também aderiu ao turbante, primeiramente entre marinheiros e navegadores. Mas, há referências ao uso de turbantes como item de moda pelas mulheres francesas já no século XVIII. Feito com grande quantidade de tecidos leves arranjados cuidadosamente na cabeça das damas, o turbante foi sucesso até meados do próximo século.
Resumindo: O turbante é uma expressão cultural mais que religiosa, visto o fato de turbantes serem moderadores da temperatura – que nas regiões africanas e do oriente é altíssima – corporal e de status. Após a expansão do Islamismo, os turbantes chegaram ao Norte e ao Oeste do continente Africano e ao Sul da Ásia, “viralisando”, por assim dizer, entre os povos dominados pelo Islã. Depois disso, várias outras etnias e culturas africanas começaram a utilizar-se da prática de enfaixar a cabeça, tanto como símbolo sociocultural quanto como religioso. Desde então, os turbantes entraram na “moda”.
Turbante e a Apropriação Cultural
O termo é carregado de conotação negativa, pois a muitos remete a apropriação indevida ou como se significasse tomar a força. A palavra “apropriar” significa tomar para si. O termo “apropriação cultural” é um conceito da antropologia e se refere ao momento em que alguns elementos específicos de uma determinada cultura são adotados por pessoas ou um grupo cultural diferente. Somente isso.
Mas afinal, outras etnias utilizarem turbantes é um ultraje a apropriação cultural? Afinal, apropriação cultural de quem?
Quando a pessoa começa a filosofar muito sobre a situação, começamos a entrar na área de povo dominado e povo dominante. E alguns movimentos começam a enxergar tudo isso como uma grande ofensa (uma menina branca – povo dominante, usar algo do povo negro – povo dominado).
Alguns reclamam de fazer uso de algo sem saber o seu conceito ou significado, dizem que as pessoas não têm consciência do significado daquela peça.
Mas então nos remetemos a várias coisas que usamos e se quer sabemos seu conceito (calça jeans por exemplo que era uma peça pra presidiários americanos, depois usadas por cowboys ou seja, sempre referenciando pessoas que não eram da alta).
Nós brasileiros somos um grande apropriadores de culturas, já que a nossa é uma grande miscigenação de culturas, costumes que acabam se fundindo e sendo a nossa cultura. E quando falamos de cultura, não podemos esquecer da cultura religiosa – O Candomblé e a Umbanda!
Candomblé e Umbanda – Apropriação Cultural?
Sabemos que essa situação toda se deve a insatisfação de algumas meninas que viram em uma menina branca um afronto ao usar um turbante africano. Sabemos que ganhou mais notoriedade quando essa mesma menina postou em rede social a situação e logo virou reportagem. Mas… vamos refletir!
O Candomblé não é africano (Há quem ainda discorde disso), porém usa de vários elementos de determinadas áreas da África para ser praticado. Apesar de não ter sido criado (leia-se: organizado) por brancos e sim por negras escravas, hoje é amplamente praticado por brancos, índios, europeus, americanos…
A Umbanda de utiliza de elementos de várias culturas para poder existir. Elementos africanos, indígenas e europeus fazem parte de um todo para que a Umbanda funcione em harmonia. Candomblés de Angola tem cantos em Português que não era uma línguá praticada na Angola antes da chegada dos colonizadores.
O Candomblé Ketu (Que pensam ficar na Nigéria) faz uso de elementos de nações diferentes e até mesmo uso de elementos católicos (Ida à missa do Ìyáwo).
Se olharmos para o todo e começarmos a separar por parte, entenderemos que não há que surgiu do nada e tudo teve que se apoiar em algo… um semente… um ponto de partida! Um zeladora branca, ao ser sacerdotisa de um culto afro e usar o Ojá estaria fazendo apropriação cultural negra?
Saiba mais sobre uso do Ojá nos links abaixo:
Pode um europeu ser um zelador de santo? Estaria ele ao usar trajes religiosos de candomblé, cantar em Yorùbá e balançar seu àjà invocando Òrìsà se apropriando da cultura Brasileira? Uma série de indagações surgem a partir do momento em que as pessoas começam a se revoltar por causa de uso inconsciente de algo.
Eu sou “branco” e ensino um idioma africano, ou seja, um território negro. Ensino para negros, brancos, cafuzo, mulatos…. ensino para quem quer aprender. Estaria eu me apropriando da cultura alheia para sobreviver?
Sei de pessoas que se incomodam quando vê uma outra usando uma guia sem saber (Ou pensam que a pessoa não sabe) o significado dela, sem ter consciência do seu uso. Consciência é algo que fica internamente, como irei perguntar para cada uma se ela tem consciência de estar usando algo religioso ou algo afro?
Conclusão:
O que leva os extremistas a praticar esse tipo de argumentação chula talvez seja a não consciência de que a miscigenação – apesar do racismo – de povos também incluiu adereços de outras culturas numa só: a brasileira. Então esse pessoal esquece o fato que a história dos turbantes é muito mais antiga que pensam e usam o argumento de uma apropriação cultural dos negros pelos brancos.
Isso faz pensar mais: Tatuagens, comidas como pastel e macarrão, maquiagem, TUDO isso é apropriação de alguma cultura e não vejo uma árdua luta por essa “não apropriação”; não há nenhum levante lá fora contra esse uso.
E veja bem, estou me referindo a povos distintos aqui: indígenas, negros, asiáticos, europeus e árabes, basicamente as etnias que mais povoam o mundo hoje em dia.
Acredito ser de uma hipocrisia barata e baixa esse assunto apropriação cultural – nos moldes que está sendo levado – é uma popular “perda de tempo” brigar por um fato que nem verídico é (Turbante pertencer tão somente aos africanos) e sem esquecer que essas meninas são brasileiras.
A apropriação cultural, por mais que seja por simples estética é favorável ao mundo, gera um maior âmbito de conhecimento, de aceitação da cultura do próximo, devemos apoiar a apropriação conexão cultural! O que deve-se lutar contra é perante ao escárnio cultural, contra aqueles que fazem pouco caso da cultura de outrem, isso sim deve ser combatido.
Paremos de fiscalizar cultura alheia de modo a criar picuinha besta.
Deixe sua opinião!!
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Muito bom. Precisamos rever alguns conceitos radicais. Vamos nos despir de qualquer apropriação de culturas…andaremos nus…mas isto também faz parte de muitas culturas. Segundo Paulo Freire o sonhos do oprimido é tornar se opressor. Pensemos sobre as nossas reais intenções nos embates dos quais tomamos a frente!
Mo júbà
Justamente como penso, percebo quase que essa inversão onde o oprimido busca oprimir o opressor e não uma busca por igualdade.
Grato pela participação e leitura.
Gostei quando falou sobre a mistura que é o povo brasileiro, se as coisas fossem assim tao separadas eu teria que abdicar do meu amado acaraje né, ops, mas sou de origem negra, ops mas nao tao negra, ops , mas nao tao branca, ops que danadoneu sou?
Sim, as pessoas buscam uma espécie de apartheid cultural que nunca existiu e nem existirá em nosso território. e pegarmos o próprio candomblé que mistura de tudo, nossa própria sociedade que é pura miscigenação.
Grato pela participação!!
Gostei quando falou sobre a mistura que é o povo brasileiro, se as coisas fossem assim tao separadas eu teria que abdicar do meu amado acaraje né, ou fazer petições em duas vias protocoladas pra podet voner unzinho, mas sou de origem negra, ops mas nao tao negra, ops , mas nao tao branca, ops que danado eu sou? Já me definiram como colorida hahahhahah
Pois é, somos uma país ultra misturado, uma colcha de retalho de diversas nacionalidade e querem reclamar uma única. Veja eu que tenho uma bisa índia, avô português, um irmão negro e eu moreno, ou como disse uma participante – mestiço!
Ou melhor, todo nós no Brasil somos mestiço, belos mestiços pois temos a beleza do mundo em nós!!
Grato pela participação!!
Excelentes colocações..Muito de acordo com o que li, pesquisei e penso sobre o tema “Turbante”. Importante divulgar a origem de coisas que muitos defendem como propriedade cultural de um grupo etnico, sem conhecime histórico.
Mo júbà, grato pela leitura e participação. As pessoas neste ato de culpar outra de apropriação, acabam elas mesmas se apropriando de algo que se quer tem dono….
Satisfeita em ler e observar que o que digo sobre “miscigenação” em sala de aula está explícito em seu texto belíssimo. Mo júbà.
Mo júbà fico feliz por isso… grato pela leitura e participação!!
AGÔ!
NADA PERTENCE A NINGUÉM.
HÁ UMA INVERSÃO DE VALORES TÃO GRANDE QUE AS PESSOAS, POR SUA PERDA DE IDENTIDADE, QUE NADA TEM A VER COM CULTURA, MAS COM A AUTO-ESTIMA E O RECONHECIMENTO DE SI COMO SER INSUBSTITUÍVEL, QUE QUER A TODO CUSTO COBRAR ISSO DO OUTRO.
O PROBLEMA DA NÃO ACEITAÇÃO DAS DIFERENÇAS ESTÁ EM NÃO CONSEGUIR ACEITAR-SE A SI MESMO…
É PRA REFLETIR E NÃO QUESTIONAR BASEADO EM LIVROS OU EM PSEUDO-CULTURISMO…
SOU BRANCO E MINHA RELIGIÃO É A UMBANDA – A MAIS UNIVERSALISTA QUE CONHEÇO, E CULTUO MEU ORIXÁ E ANCESTRAIS À MINHA MANEIRA.
NÃO É SÓ NEGRO QUE USA TURBANTE. QUALQUER UM TEM DIREITO A USAR UM PANO COMO BEM ENTENDER…
ASSIM COMO OS NEGROS E ÍNDIOS DE HOJE USAM CALCINHA, CUECA, MEIA, SAPATOS, SANDÁLIAS HAVAIANAS, RELÓGIO SUÍSSO, ETC…
OU POR ALGUM ACASO OS NEGROS DEVERIAM ANDAR DESCALÇOS, DE TOP LESS, PORTANDO UMA VARA, COMO EM MUITAS TRIBOS AFRICANAS?
ESTARIA ERRADO O NEGRO SER EVANGÉLICO? ESTARIA PROIBIDO DE VESTIR-SE DE TERNO E GRAVATA? E DE CANTAR NOS COROS DAS IGREJAS?
DEIXA A PRETINHA USAR BIQUÍNI E A BRANQUINHA USAR TURBANTE.
EM QUAL PLANETA VIVEM ESSAS PESSOAS QUE ACHAM QUE SÃO DONAS DE ALGUMA COISA?
QUERO VER QUANDO DESCER UMA PEDRA LÁ DE CIMA, DE LÁ DE ARRIBA DO NOSSO SISTEMA SOLAR – A MESMA QUE DIZIMOU DINOSSAUROS – ACABAR COM TODA ESSA PAVONICE…
MALEIME MEU PAI, MAS VOU FALAR:
O MESTRE APONTA PRA LUA E AS PESSOAS FICAM OLHANDO O DEDO…
OU VOCÊS PENSAM QUE ORIXÁ PERTENCE A ALGUMA NAÇÃO???
TUDO QUE VOCÊS TEM HOJE FOI EMPRESTADO PELOS DEUSES, E ELES PODEM LHES TIRAR A QUALQUER MOMENTO.
VOU ATÉ FAZER UM TURBANTE HINDU…
VAMOS SER MAIS ESSÊNCIA E MENOS EGO…VAMOS EVOLUIR, GENTE!!!
MOJUBÁ!
Perfeita sua resposta meu caro…. dividimos o mesmo pensamento!!
É preciso semear a paz e, nesta corrida para o monopólio da cultura a guerra está declarada. Por outro lado, somos africanos por descendência mas vivemos em um lugar que não é África. Como me disse, pessoalmente, Kabengele Munanga, as pessoas conhecem uma cidade da África e pensam que conhecem tudo, assim como muitos brasileiros se consideram mais africanos do que os próprios lá nascidos. Vamos ser conscientes então e reter para nós várias construções culturais africanas como a poligamia, a não aceitação da homossexualidade que inclusive pode ser punida…o extermínio de ladrões (conforme me disse um amigo senegalês)..por lá quem rouba eles mesmos dão um jeitinho. Para estes recortes garanto que ninguém por aqui que monopólio. O sol nasce para todos e ainda bem que, ainda, ninguém tem o domínio sobre isso…vamos nos respeitar e disseminar o amor, a paz e o respeito…porque como eu ou outra pessoa qualquer se veste é de exclusiva competência de cada ser humano!!! O pessoal deveria preocupar-se em fazer um pouco mais de caridade e, quem sabe, oferecer turbantes para as mulheres que lutam contra o câncer! Isso seria lutar pelos valores civilizatórios africanos como energia vital, circularidade e ancestralidade. Temos tantas coisas para melhorar enquanto seres humanos e alguém se preocupa com os adereços da roupa do outro!!!Que pequenice! Com ou sem turbantes seremos massa podre um dia…perda de tempo!
Linda mensagem excelente.
Faço minha as palavras do Douglas! e acrescento mais, ainda falta muito conhecimento para muita gente despreparada pa entender as razões e feitos dos ancestrais, dos orixas, das entidades em si; por isso temos ainda, muito Ègo exacerbado com pouca esxencia real. sou ekejí Sandra d osun servindo a yemodja ogunté de omindarewa, uma mulher francesa, branca, burguesa, professora embaixatriz, enfermeira da guerra e que morou durante 6 anos na africa antiga de negros pobres e miseraveis de condição e que sua maioria era pentecostal e não candomblecistas nem umbandistas, mais que havia algumas tribos vudu, santeria que cultuavam os ancestrais pela manifestação! ela vindo para o Brasil trasendo seu pouco conhecimento espiritual, se encantou com o geito brasileiro de cultuar os orixás e com a cultura diferenciada, missigenada no trato ao negro e poir aqui ficou! a prgunta é: ela se apropiou da cultura? ou expandiu? divulgou? exaltou a cultura brasileira? fato: na vida tudo se recria porque a cultura está em nós! ekeji Sandra, um abraço e asé a todos e todas, amei a materia, parabéns…
Bastante esclarecedor seu texto… Minhas dúvidas foram esclarecidas com relação a miscigenação, racismo e obviamente sobre apropriação cultural. Gostaria de ler algum texto seu sobre Indústria cultural e Cultura de massa.
Muito bom saber que nosso texto pode te ajudar. Grato também pela participação.
Nossos textos sem tem alguma ligação com o candomblé ou cultural afro religiosa…. havendo algo sobre cultura industrial ou de massa que se encaixe, com certeza iremos postar!
Que texto pobre e absolutamente esvaziado de sentido! Vander, você NÃO tem a MENOR IDEIA do que seja apropriação cultural. Você fez o papagaio de pirata e repetiu vergonhosamente o discurso do branco deslegitimando a luta pelo resgate da afro-ancestralidade. Me perdoe a franqueza, mas esta passando vergonha…
1º Não existe prova alguma, NENHUMA mesmo de que a Thauane passou pelo que ela diz que passou. Ninguém investigou e ela não provou nada. Mas a palavra de uma branca vale muito… nós negros denunciamos racismo todos os dias e ninguém liga. Mas 1 branca diz que sofreu “racismo reverso” (morri com farofa…rsrsrsrs) e o mundo para. Todo mundo noticia, ganha adeptos, fãs, vira noticia em jornal…
2º Essa lazarenta é de direita. Suspeito alguém de direita passar por isso, não? Se tudo que é branco usa turbante, guia, poe oferenda pra Iemanjá e NUNCA NINGUÉM fez nada. E nunca, nunca uma negra teria coragem de abordar uma branca. RACISMO É MANIFESTAÇÃO ESTRUTURAL DE PODER. NEGROS NÃO TEM PODER. ACORDE!
3º A pinóquio (fofa! é como carinhosamente a chamo) em questão assinou contrato publicitário com a empresa de extrema-direita declarada Alezzia, que é contra movimento negro, anti-feminismo, etc. Está ganhando um aqué em cima da “opressão” (KKKKK, racho o bico de rir) que supostamente sofreu. De quebra, associando o fato à extrema direita e virando o jogo contra o movimento negro: “os negros são racistas”. Malandra, heim?
4º Apropriação cultural é a mercantilização de uma cultura oprimida pelo opressor. Quem se apropria dela, lucra, suga, tira a legitimidade, esvazia, fazendo com que ela perca o sentido. A comparação com comida que você fez é uma idiotice (desculpe, mas é).
5º Por ultimo: Você não é branco, é mestiço. E filho de Santo. Deveria conhecer e valorizar mais sua cultura, os invés de querer biscoito do opressor.
Grato pela participação e por sua opinião.
Melhor texto 👏
Grato pela participação!!
Meu Deus, tanta coisa acontecendo no nosso Brasil e as pessoas se preocupando, brigando e discutindo por bobeira. Na minha opinião, usa turbante quem quer e gosta.Já estou de saco cheio dessa palhaçada. Daqui a pouco vão me indagar e interpelar que eu não posso fazer progressiva pois sou negra e tenho que andar com os cabelos afros. Que saco
Justamente, com tantas coisas feias acontecendo…. uma política destruída…. e eles querem criticar um uso de vestimenta.
Grato pela participação!!
Texto maravilhoso. Expressa com inteligência e clareza o que também entendo. Sou filho de santo, é coisa de alma, de vidas. Quem defende essa historia de apropriação cultural, abre mais precedente ao separatismo, à discriminação, e mais ainda, ao tão abominável racismo.
Grato pela participação e leitura. Com certeza devemos abolir todo tipo de discriminação e praticar mais a igualdade!!
cara voces negros se queimao por seus preconseitos que falta de amor humanidade e fe ciltura e uma baita merda inventada pra divisionar quem samos na real alia quando se morre todos ficam podre e fedem vai se foder estes culturais do capeta que se acham melhor que os outros gente sem deus e fe
Grato por seu comentário…
Acredito que a questão precisa sim pautar a discussão sobre o racismo. Visto que já houve caso de uma negra ser barrada na escola por estar usando turbante. A proibição sem dúvida alguma é ridícula, mas dentro desse embate vejo uma revolta que não entende direito como se manifestar. O fato de estar sendo sempre descriminado e perseguido, mas quando a pessoa é branca tudo pode, inclusive brincar de ser negão e reinvindicar a ancestralidade.
Obrigado por participar!
Fico feliz de ver que apenas uma pessoa contra o que escreveu…Alguém que se encaixa exatamente no que falou….Quis agravar a situação de novo…Estas repleto de razão no seu texto e se permitir irei colocar na minha timeline do Facebook
Mo júba…
Sim, sempre damos espaço para ambos os lados, apesar do tom agressivo e debochado da pessoa que se colocou contra a postagem.
Grato por visitar nosso blog e participar ativamente da postagem.
O dábò!
mojuba vander, excelente esclarecimento. Estava vendo esse burburinho pela net sem conhecer a historia direito, agora lendo seu texto tomei conhecimento de tudo, e ja com aluz que você jogou no escuro da ignorância alheia, muito bom!!
Mo júbà
Que bom que o texto tenha servido para esclarecimento. Grato pela leitura e participação.
O dábò!!
Mo júbà
Que bom que o texto tenha servido para esclarecimento. Grato pela leitura e participação.
O dábò!!
Mo júbà
Que bom que o texto tenha servido para esclarecimento. Grato pela leitura e participação.
O dábò!!
Achei o texto mto bom, mas me levou a diversas discussões e reflexões, inclusive com amigas/os negros, e acabei criando o meu próprio. Vê o que vc acha!
TEXTÃO DE FACEBOOK ESCRITO POR UMA BRANCA DE CLASSE MÉDIA PARA OUTRAS PESSOAS BRANCAS, SOBRE A POLÊMICA DO TURBANTE
Não sei se vocês viram por aí, mas o meu Facebook inundou-se com a postagem de uma moça branca que, ao ser interpelada por outra negra sobre seu turbante, gerou enorme polêmica. O que aconteceu foi o seguinte: a mulher branca estava com seu turbante num metrô em Curitiba e, aparentemente, uma moça negra a censurou afirmando que, por ela ser branca, não deveria usar esse adereço. A resposta catastrófica foi “uso turbante porque tenho câncer”. Pronto. Um milhão de postagens e reflexões sobre o que aconteceu e, é claro, a condenação da negra que ousou questionar a branca em seu talvez leito de morte. O termo que entrou em discussão foi então o de “apropriação cultural”.
Mas, afinal, o que é apropriação cultural?
A melhor resposta que vi pela internet, ao meu ver, está no texto de Jo Camilo, que se auto-denomina “militante socialista, travesti, preta e sapatão” nesse texto aqui, http://negrobelchior.cartacapital.com.br/apropriacao-cultu…/. E, entre milhares de coisas, ela fala: “A apropriação cultural, como vimos, é uma estratégia de defesa dos interesses da classe dominante. Sua intenção é se proteger contra a identificação, organização e luta dos negros. Portanto, o sucesso dessa estratégia pode se medir a partir de quanto conseguem tirar dos diversos elementos sua característica de distinção cultural do povo negro. Mas isso não significa necessariamente tirar desses diversos elementos juízos que serão usados para propagar o racismo velado.”
Ao tentar entender e discutir o que há por detrás de tanta polêmica, fui amortecida e sensibilizada pelo relato de uma querida amiga negra que adota o seu cabelo natural (e portanto, afro black power): “Já sofri racismo por usar turbante, mas na minha amiga branca era maravilhoso”. Ao entrar em contato com essas palavras por ela pronunciadas, uma enxurrada de casos de pessoas negras me veio à cabeça. Pessoas que, ao usarem seu cabelo crespo, eram vistas como descuidadas com relação à higiene e aparência; sujas; e por isso, inclusive, foram preteridas na hora de arranjar um emprego.
Devo eu usar um turbante? Se eu quiser, com certeza! Posso tocar o ritmo que compõem essa manifestação bem mais ampla e complexa que é chamada Maracatu? Se faz sentido para mim, porque não?
A única coisa que deve ser lembrada quando assim o faço é que, adotar ou valorizar um elemento negro não necessariamente vai eliminar o racismo. É entender que um branco com dreads, turbantes ou tambor vai sim significar algo diferente de uma negra fazendo o mesmo.
Devemos usar turbantes e amar a cultura popular do nosso país, mas sem esquecer suas origens. Dar o valor às comunidades no qual originaram, à história de pena e dureza que passaram. Lembrando a negritude que acompanham. Não posso, ao usar meu turbante, esquecer da beleza das culturas de raiz africana. Das muitas lutas por detrás que permitiram ao turbante tornar-se símbolo de beleza, ao menos às mulheres brancas. Devo tocar Maracatu sem esquecer da resistência, da dor e da morte das pessoas escravizadas em solo brasileiro. Devo falar o Português brasileiro entendendo que sua sonoridade deve muito às línguas de origem banto. Devo ser exatamente quem eu sou, com meus gostos e trejeitos, sem esquecer de que muito aconteceu antes de eu nascer e existir e crescer. Com orgulho dessas tantas influências indígenas e africanas, bem como as europeias que moldam minha identidade. E só assim, em vez de me sentir ofendida quando alguém me olhar torto porque uso turbante ou toco Maracatu, eu vou entender da onde isso tudo veio. E posso receber aquele olhar de censura da companheira negra e dar outro de volta, de compreensão, de sensibilidade. E me sentir em paz.
Professor Olùkó , suas palavras me trouxeram muito acalento! Me identifiquei muito. Muito pertinente quando traz a origem multicultural do turbante, pois na paixão em que as pessoas foram tomadas elas esqueceram que o turbante não é monopólio da cultura negra. Essas pessoas simplesmente desconsideraram os árabes, os sikhs… Outro argumento seu bastante preciso é de que a apropriação cultural é muito antiga. Ela existe desde que há intercâmbios entre culturas. Ex: No Império Romano, as mulheres da classe patrícia tingiam seu cabelo de ruivo para imitar as gaulesas. Muitas pessoas deturparam o conceito e o reduziram a sua acepção marxista.
Eu enxergo o uso de qualquer adereço como um direito meu e de todo cidadão, garantido pelo direito democrático de liberdade de expressão( o qual consta no Art. 5 ,§ 9 da Constituição). Vejo os ataques que foram feitos à Thaune como sectaristas e segregacionistas. Ainda mais graves, pelo fato de ele estar doente. Pior: achei completamente totalitário definir o que o indivíduo pode ou não pode usar baseado na cor da pele.
Eu certamente não vivi o racismo na pele e acho que o movimento negro têm mesmo que articular sua luta. Se algumas pessoas acham que é racista usar turbante ,eu direi que discordo delas e continuarei a usar o adereço que eu escolher. E não o faço de forma jocosa: o faço por que acho essa proibição moralista e segregacionista. Tão contraditória com a demanda por inclusão ,não é? Acredito que usando o adereço estou, antes de tudo, exercendo meu direito constitucional. Eu poderia até arrolar aqui o argumento de que sou descendente de libaneses, mas não o farei. Me recuso a usar identidade étnica como argumento- quem quiser que o faça…
Sou branca e adepta de turbantes. Nunca pensei que isso poderia ser ofensivo a uma cultura que amo e sobretudo que respeito. Sou cristã e é justamente baseada nos preceitos de Cristo que vejo meu próximo, independente de sua cor ou credo como alguém digno de ser amado e respeitado sempre. Temo por irmos de um extremo lamentável – o preconceito ao negro e à sua cultura – a outro – o preconceito do negro contra o branco, reafirmando uma prática que rejeita o que Deus fez de mais lindo: nossa singularidade dentro desse mundo tão diverso.
Que bom ler um texto com uma quantidade esclarecedora sobre os turbantes,parabens…
Mo dúpé!!
Respeito! Grande texto.
Gostava de acrescentar que o termo “turbante” é de origem persa:
Bem haja por ter escrito este texto.
Obrigada!
Grato pela contribuição.
Compartilhando a opinião de uma africana https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=1321536207885868&id=100000885053169&comment_id=1322618214444334
Alima Averú Pois é….discordo totalmente com o que fizeram com a moça que usou o turbante e ela agiu muito bem. Dizer que ela está apropriar cultura só porque é branca usando o turbante, mas isso é falta de educação, falta de respeito e falta de civismo.
Achei um absurdo isso que fizeram com a garota. Que coisa feia tentar impedir os outros de usar turbantes alegando que é apropriação cultural. Cultura não tem dono e até eu que sou Negra Áfricana e meus irmãos africanos ( Negros e Brancos ) já mais faríamos uma coisa do gênero.
Cada pessoa é livre de usar e fazer o que bem entender, agora tentar impedir que se use turbante só porque a pessoa não é negra, isso é mediocridade mental.
Descurtir · Responder · 3 · 22 de fevereiro às 20:20
MO JUBA. ACOMPANHO SEU TRABALHO JÁ HÁ ALGUM TEMPO. E COADUNO COM SEU PENSAMENTO, MEU IRMÃO.
SEM TIRAR E NEM POR NENHUMA VÍRGULA. TENTEI ARGUMENTAR ACERCA DESSE ASSUNTO COM DUAS PESSOAS, MAS DESISTI, POIS DISCUTIR COM IGNÓBEIS E DESAJUSTADOS NÃO FAZ MEU GÊNERO. DESISTI HÁ MUITO TEMPO DE TENTAR MUDAR COMPORTAMENTOS ABSURDOS. AFINAL, ORI É SOBERANO, NÉ ?
* A KI IGBE ODÓ JIYÁN BI OSE HO TABI KO HO.
Tradução: Ao lado de um rio não se precisa discutir se o sabão faz espuma ou não.
Interpretação: NÃO HÁ NECESSIDADE DE DISCUTIR QUANDO SE TEM UMA FORMA DE PROVAR O ASSUNTO. QUEM SABE, DEMONSTRA A VERDADE SOBRE UM ASSUNTO E SE EXIME DE DISCUTIR SOBRE ELE.
ORUNMILÁ GBÉÈ WÁ ÓÒ, IRE O !!!
Muito interessante o seu post. Espero que mantenha a qualidade de seu conteúdo, isso é complicado hoje em dia na web.
As vezes entro aqui para aprender mais. Mas eu tenho uma
dúvida, como eu faço para compartilhar esse post no G+?
Ótimo trabalho!
Mo júbà
Grato pelo elogio e ficamos felizes com a satisfação. Para compartilhar você pode pegar o link e colar lá diretamente, mas de qualquer forma estaremos em breve fazendo uso de um plugin que possibilita compartilhar com mais facilidade.
Grande abraço
Oluko Vander
Se for assim.. Negro Não vai mais poder tocar violão nem andar de carro, nem vestir terno.. Chi se eu for enumerar eu fico aqui escrevendo o resto do ano.. Branco não vai poder cantar samba… Nem ser capoeirista… Essa discussão é ridícula….
“O turbante é meu e eu uso e está acabado, não pedi a ninguém pra comprar pra
mim, moro em um país livre”
Bom dia. Ao meu modo de ver, cultura não é propriedade de ninguém. Para nós é até importante que qualquer mulher use turbante. O radicalismo não enriquece ninguém, muito pelo contrário. Se fosse assim, os brancos não poderiam jogar capoeira e os negros não poderiam jogar futebol. Nunca devemos nos esquecer que a humanidade foi iniciada na África, logo, todos somos descendentes deles, todos temos sangue daqueles nascidos lá, mesmo que com um parentesco muito distante. Isso é fato.