Seu Candomblé é Corretamente Ecológico?
Adeptos praticantes do candomblé, também Umbanda, costumam sempre falar que os àwọn òrìṣà são cultuados na natureza, assim como determinadas entidades, como caboclos. Seriam pessoas que viveram em um passado distante e hoje são divinizados em fragmentos da natureza.
Ọ̀ṣun divinizada nos rios de água doce, Yemọjá nos mares, Nàná nos mangues, Ògún nas estradas de ferro e rodovias, Ọ̀ṣọ́ọ̀si nas matas juntamente com Òsányìn e assim por diante.
Mas e a natureza, ela é respeitada? O seios dos àwọn òrìṣà é preservado?
Sujeira Pelos Caminhos
Cena bem comum hoje em dia nas cidades brasileiras é o famoso despacho – nome popularmente dado aos apetrechos, comidas e oferendas deixadas em esquinas e outros locais – que dependendo da localidade e o que contenham, chama bastante a atenção de quem passa de carro ou condução pública.
Por vezes, nada vemos que possa ofender visualmente alguém, pois trata-se de alguidar com maçã, flores, cigarros, pimenta; mas em outros momentos, o que se vê são animais praticamente inteiros, porém decapitados; ou aos pedaços espalhados pela encruzilhada ou estrada, criando uma imagem bem negativa da religião. Ou como na imagem acima, impactante.
Claro que, em algumas situações, antes estava tudo arrumado e os animais, como urubus e cachorros, acabam bagunçando tudo. Mas até mesmo para quem é da religião fica uma cena medonha. Sujeira mesmo espalhada pelo caminho; odor horrivelmente desagradável e claro, objetos aos cacos, vidro, barro, papelão.
Uma outra coisa também traz grande preocupação: garrafas e plástico.
Estamos Destruindo o Trono dos Àwọn Òrìṣà
Onde fica o trono de Ọ̀ṣun? Seu habitat, onde sua força responde com maior poder? O símbolo de sua majestade e beleza?
Rio, cachoeiras, riachos. Essa é uma resposta quase unanime. Mas, por que a maioria não está respeitando esses locais?
Hoje é sabido, muito mais que tempos atrás, que o plástico e vidro, demoram a se decompor na natureza. Sem contar que causam grande poluição nas matas, rios e mares, além do risco de lesão como cortes profundos.
Exemplo clássico são os festejos para Yemọjá, onde costumam ir um cardápio farto de poluição para as praias: espelhos, vidros de perfumes, pentes e etc. Mas acredite, essa preocupação ecológica ainda é criticada pelo próprios adeptos. Muitos chamam de frescura moderna, como ouvi certa vez!
Comum até mesmo empurrarem a obrigação de de limpar os locais para os poderes municipais, que realmente possuem a competência constitucional de isso o fazerem. Não obstante, e nossa atitude diante do sagrado e como cidadãos? Pois a natureza é sagrada para o povo de Candomblé; ao menos deveria ser.
Como Agir Então?
Há várias soluções para minimizar esse impacto e hoje há terreiros que nem mais levam as coisas para a rua; reutilizam alguns utensílios, parte orgânica vira adubo após serem oferecidas às entidades e colocam os líquidos em pequenas cabaças, que logo depois de um período, são lavadas e reutilizadas.
Essa reutilização é criticada por muitos, pois acham que a entidade irá achar ruim. Muitas “receitas de ẹbọ” são bem claras em dizer que determinado conteúdo deve ser servido em utensílios virgens.
Outra questão: se o terreiro tiver determinados òrìṣà assentados, por que levar, por exemplo, uma oferenda até um encruzilhada, se pode ser ofertada aos pés de Èṣù?
O alguidar tem um substituto conhecido: folha de mamona. Não precisa de alguidar, louças, vidros e etc! Cachaças e similares não precisam ir em copos de vidros, usemos cabaças ou apenas derrame no chão. Sendo que há até uma forma de se fazer copos com folha de bananeira.
Muitas outras atitudes podem deixar nosso Candomblé e Umbanda muito mais ecológico. Em muitos aspectos a própria religião se sabota, além do aspecto social, como pode ver em nossa outra postagem (Clique Aqui e Leia); também nos sabotamos sujando a natureza, mostrando total descaso com o trono dos àwọn òrìṣà.
Não adianta falar que o animal antes dos àwọn orò foi sacralizado, parte da carne será consumida e todo aquele discurso que não muda, se nas esquinas as pessoas presenciam um animal decapitado e sem as patas tudo espalhado. Há uma certa incongruência.
Podemos fazer nossa parte também. Ao encontrarmos coisas espalhadas por uma trilha, boiando em um rio, retirar de lá e destinar ao lugar melhor: Lixo!
-Ai! Aí estaremos mexendo na oferenda e a entidade pode nos castigar!
Será???
Esta postagem não é para encerrar uma verdade, mas para refletirmos e debatermos qual o papel das religiões afro-brasileiras diante da natureza que é justamente de onde emanam as energias do òrìsà.
Vamos refletir! Não custa nada! Deixe seu comentário a respeito do assunto!
Quer aprender mais sobre o idioma mágico do Candomblé? O idioma do
òrìṣà, mas de uma maneira correta e sem misticismo? Conheça nosso cursos abaixo: Curso Fundamentos do Idioma Yorùbá! O que está incluso no curso:
- Aulas em vídeos;
- Apostilas em PDF com resumo das aulas;
- Dicionário ao final do curso;
- Técnicas de estudo melhorando o aprendizado do idioma;
- Certificado ao final;
- Retirada de dúvidas diretamente com o professor!!
Motumba a todos
Concordo em genero numero e grau a postagem acima, candomble e Umbanda são religiões que preservam a natureza, e esses tipos de trabalho não condiz com o que é ensinado em varios Itãns pura hipocrisia
Motumbá
Realmente tb concordo pois sou de candomblé e não concordo com animais expostos pelas ruas copos garrafas. Já fiz trabalho de retirar oferendas no meio da rua. Pedi a devida licença e retirei. Nada de mau me aconteceu. Sempre que vou a cachoeira com meus yaos antes de tudo tenho que limpar a cachoeira para não me cortar com pedaços de louça garrafas e outros utensílios mais.
Infelizmente muitos falam que cultuam a natureza e só fazem e suja lá. Mas vou fazendo minha parye
Esses tipos de comportamento não deve existir mais para isso temos local adequado para colocar nossos ebó já não basta a entoleramc,a religiosas nos oprimidos
Estava falando com uma amiga que tem outro segmento religioso e entramos nesse assunto, eu fico com vergonha quando me deparo com esses despacho nas ruas agredindo o meio ambiente, acho que além da conscientização dentro dos terreiros cabe a nós a tarefa de conscientizar os adeptos, frequentadores e simpatizantes. Acho deveríamos nos unir e falar mais sobre o tema e conscientizar o povo do axé, e de outros segmentos e também a comunidade.
Mo júbà.
É uma situação muito chata e desnecessária também.
Mo dúpé o!!
Com certeza nosso povo têem que se consientizare.
Uma pessoa iniciada para os Orisà, tem muito que aprender, Mas se não tiver interesse próprio em buscar conhecimento, sobre a religião e toda culturaque reveste a mesma, vai continuar fazendo essas mesmas cretinices. Pois os atuais Bábás e Yás, pouco sabem para poder transmitir, ou só estão preocupados com o vil metal que sustenta os seus EGOS, que não tem mais tamanho. O pouco que sei,aprendi correndo atrás, não foi em casa de asé que aprendi. Isso enfraquece nossa religião e atrai pessoas que tornan-se,antipáticas a nós.