8 Livros Sobre Candomblé Que Você Tem Que Ler.
O Candomblé em páginas – Conheça os Livros mais indicados para quem quer estar mais por dentro do culto aos Orixás – Òrìṣà!
Quem lê viaja – já diz o ditado! E que tal você viajar para terra dos Òrìṣà? Conhecer as batalhas de Ògún? Os romances de Ṣàngó? As peripécias de Èṣù e seu humor sempre brincalhão? Muito bom né? Pois isso é possível, basta você pesquisar e gostar de uma boa leitura.
A Educa Yorùbá e o Olùkọ́ Vander separaram alguns livros de leitura quase obrigatória para quem acompanha de dentro (iniciados) ou de fora (não iniciados, parentes, amantes da religião) o Candomblé, Umbanda ou Culto a Ifá. Leia sempre que puder e se já leu, sabe do que estamos falando, vale a pena uma segunda ou terceira leitura.
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Livros Sobre Candomblé e os Orixás (Òrìṣà):
1 – O Nago e a Morte (Juana Elbein dos Santos)
Alguns consideram este livro como de leitura obrigatória dentro do culto afro. Apesar da linguagem muito acadêmica e da forma intelectual como o assunto é tratado, Juana Elbein, através de uma apurada pesquisa, expressa um profundo conhecimento sobre a morte dentro da cultura Yorùbá.
O livro ainda conta com uma dissecação a respeito dos simbolismos envolvendo o Òrìṣà èṣù (Orixá Exú), fala sobre a oralidade Yorùbá, o culto de Bàbá Ègungun e culto a Ifá.
Sem sombra de dúvidas um livro de leitura obrigatória e de cunho bem sério. O livro de Juana Elbein dos Santos foi apresentado como tese de doutorado em etnologia na Sorbonne. Muito forte!
2 – Ọ̀run Àiyé – O Encontro de Dois Mundos (José Benistes)
Escrito por umas das pessoas que consideramos mais sábias e conhecedoras de cultura linguística e também ritualística dentro do Candomblé, o professor José Benistes faz um grande roteiro do que é o Candomblé e sua ligação com os outros diversos cultos afros.
O Candomblé não possui bíblia, mas com certeza um livro que todo pai de santo, mãe de santo, ògá, ekéjì, ìyáwó e todos mais que tenham ligação com o candomblé devem ler é Ọ̀run Àiyé. Inclusive que nada sabe sobre a religião, pois terá um contato bem apurado acerca do tema.
Muitos reclamam quando se expõem qualquer parte do culto ao público, mas neste livro o professor José Benistes conseguiu explicar o ritual de Bọrí e Ìpàdè com seus cânticos (orin) e rezas (àdúrà) de uma forma perfeita e harmoniosa. Leitura obrigatória, sem sombra de dúvidas.
3 – Ẹlẹ́gùn – Iniciação ao Candomblé – Altair B. Oliveira
Este livro já foi proibido de ser lido por quem não fosse feito (Eu ouvi isso pessoalmente rs!). Já foi visto um zelador trancar ele em um cofre! Sim, este livro causou alvoroço no mundo do Candomblé. Dito antes que não é bem vista a prática de expor o culto pelos candomblecistas, neste livro está exposto todo o processo básico de uma feitura, uma iniciação ao santo.
O autor, também conhecido como Altair T’Ògún, foi duramente criticado, e ainda o é hoje mesmo depois de falecido, depois de escrever preto no branco as práticas secretas do candomblé. Feitura de Ìyáwó, processo de iniciação de Ògá e Ekéjì… todos ali descritos em detalhes. Uso de materiais, orações e cantigas.
Como autor mesmo escreveu lá, o mundo do Candomblé é fechado até mesmo por dentro. As pessoas escondem conhecimentos e por vezes os vendem por preços altos (Hoje sabe-se que tem quem venda apostila de feitura por R$900,00).
Mas o livro é com certeza uma fonte de conhecimento cultural, ainda mais quando se sabe que cada casa conduz um processo de feitura diferente da outra. Leia e não se arrependerá!
4 – Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi
Dentro do processo de pesquisa e escrita religiosa, há uma expressão que diz: de dentro ou de fora. De dentro, são escritores e pesquisadores que são iniciados. Verger começou de fora e no fim estava bem dentro. Reginaldo Prandi de fora, mas com forte conhecimento.
Reginaldo Prandi é um sociólogo, professor e escritor brasileiro. Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), escreveu outros livros sobre o Axé (àṣẹ). Mas neste ele dá uma visão bem detalhada de cada Òrìṣà. São mais de 301 relatos da rica mitologia yorubana.
Muita coisa que espalham por ai de orixá (Òrìṣà)vem desse livro. Um excelente material de enriquecimento cultural. A visão de alguém de fora com um olho mais clínico e imparcial.
5 – As Águas de Oxalá – José Beniste
Novamente ele, sim. Em ´As Águas de Oxalá´, o professro José Beniste retrata minuciosamente toda a dinâmica de um dos mais belos e longo rituais do candomblé, em que o branco (awọ fúnfún) domina integralmente os segmentos do terreiro, por ser a cor da pureza ética que simboliza o grande orixá Oxalá.
O conteúdo histórico da obra relata a organização do ritual praticado pela ancestralidade afro-descendente aqui radicadas: os primeiros momentos, os quais se utilizam do modelo prático do mito que ilustra a narrativa, são seguidos por uma seqüência de 17 dias, a mais longa da religiosidade afro-brasileira, tendo todos os seus cânticos e rezas entoados com as devidas explicações pelo autor.
Todo o cerimonial das Águas de Oxalá está integralmente descrito neste livro, de forma clara, com pormenores que enriquecem o conhecimento de iniciados e pesquisadores do assunto.
Os ritos de iniciação não poderiam também ficar de fora neste conjunto de análise, pois são determinados para uma participação intensa nos ritos. Este livro deve ser lido e estudado com o intuito de que o Candomblé se torne cada dia mais uma religião de significados inteligíveis e autenticamente brasileira.
6 – “Awô – O Mistério dos Orixás” – Giselle Cossard
Rico em detalhes. Um livro emocionante da tão querida francesa do Candomblé – Ìyálórìsà Omindarewa, falecida em janeiro de 2016. Com certeza outro livro de leitura obrigatória e escrito por uma pessoa que teve contato com as maiores figuras do Candomblé e sempre respeitada por todos.
Filha de santo de outra figura grande do Candomblé, Joãozinho da Goméia, ela era a mistura perfeita para o Candomblé. Intelectual (era antropóloga) e atuante na religião (era zeladora de um ilè sempre ativo), mãe francesa como às vezes era carinhosamente chamada, nos brindou com este lindo escrito em 2007 que só enriquece a cultura do Candomblé.
7 – Orixas – Deuses Iorubas Na África e No Novo Mundo – Pierre Fatumbi Verger
Um nome sempre presente quando alguém quer dar autoridade ao que fala, Pierre Fatumbi Verger ,teve a oportunidade em épocas que não havia a facilidade de buscar informações pela internet, de estar cara a cara com os cultos que mais influenciaram o Candomblé aqui no Brasil.
De playbloy na frança a um fotógrafo e etnólogo autodidata franco–brasileiro, até chegar a se tornar um Bàbáláwo, Verger embrenhou-se pela Nigéria e Benin retratando com sua câmera muitos rituais e cenas que nunca se viram antes. Imagens hoje imortalizadas e fáceis de se achar pela internet.
Quando hoje se reclama de algumas fotos de rituais, Pierre Fatumbi Verger transformou tudo isso em arte e ficou bem famoso por tal. Mas além de fotografar, Verger trouxe muita informação do além mar. A obra traz imagens, relatos e informações importantes para o culto ao Òrìṣà. Deve ser com certeza lido e relido.
Leia a matéria sobre fotos no Candomblé: Certo ou Errado – CLIQUE AQUI E LEIA!
8 – O Candomblé Bem Explicado – Odé Kileuy & Vera de Oxaguiã
O que mais chama a atenção neste livro é sua linguagem fácil, mas sem deixar passar detalhes importantes para a compreensão do assunto. Os autores falam não somente do Candomblé Ketú, o que geralmente é mais debatido na literatura, mas pincelam acerca dos ritos das Nações Bantu e Fon!
Este ainda estou em fase de conclusão de leitura, mas com certeza é muito pertinente. Ele começa basicamente do zero e funciona como perguntas e respostas. Os tópicos são divididos como se uma pessoa estivesse pergunta por exemplo, quem são os “ogãs e ekejis”? Logo vem um capítulo tratando sobre o tema nas três vertentes principais do Candomblé.
Leitura leve e bem introdutória para quem nada sabe acerca da religião, ritos e deuses afros!
Conclusão:
Claro que ficaram de fora outras lindas obras literárias e seus autores. Não esquecemos de Roger Bastide, Sr. Agenor Miranda e tantos outros pesquisadores, Bàbálórìṣà e Ìyálórìṣà que contribuíram para a cultura literária do Candomblé.
Importante: estes livros podem ser adquiridos pesquisando os nomes no Google. Muitas pessoas perguntam onde encontrar os livros, então pesquisem no Google e com certeza achará usados e novos!
Bom é sabermos que apesar da origem oral da religião, conhecimento deve sim ser buscado em livros, DVDs, filmes, apostilas e cursos on-line. Claro que deve se respeitar uma série de coisas, porém a busca por conhecimento não deve ser vista com os olhos que às vezes é visto. Desde que com suas ressalvas e parcimônias .
Um não iniciado, ou novo no santo por exemplo, não deve pegar um livro sobre iniciação e sair fazendo santo na cabeça de outrem. Mas se até médico se baseia em livros para por em prática seu conhecimentos (Com devida assistência de mais experientes), temos que também dar abertura ao conhecimento compartilhado por pessoas que pesquisam e por vezes varam noites atrás de conhecimento, aprimorando cada vez mais o Candomblé e o Culto aos Orixás (Àwọn Òrìṣà)!!
O que você acha desses livros, seus autores? Já leu? Se leu, nos fale o que você acha aí nos comentários.
O dábò….
Quer aprender mais sobre o idioma mágico do Candomblé? O idioma do
òrìṣà, mas de uma maneira correta e sem misticismo? Conheça nosso cursos abaixo: Curso Fundamentos do Idioma Yorùbá! O que está incluso no curso:
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Vander, você vai me perdoar, mas, com relação ao culto a Babá, essa menina está contando estorinhas.
Nem todo mundo que mora em Ponta de Areia, e que assiste ao culto de Babá Agboulá, sabe de que se trata!
Sou de lá véio. E o papo é bem esquisito. Sou Alabê, e posso te afirmar, que os segredos do culto, não chegam a todo mundo que frequenta.
Mo júbà
Que menina?
Mas a bem da verdade meu caro, poucos sabem do que se trata. Aqui no Brasil o pessoal tem uma visão bem distorcida deste culto e ainda levam muitas coisas pro lado folcloríco. Mas como religião não se discute rsrs, melhor deixar quieto. Lembrando que essa são dicas culturais e não religiosa, pois cada casa é uma caso e cada culto seus segredos.
O dábò!
Bom dia ,sabe me dizer em qual livraria consigo esses livros obg
Mo júbà.
Consulte o Google,pois a maioria das livrarias on-line possuem estes exemplares.
Mo dúpé o!!
Meu mano, se a “menina” que vc se refere é a juana elbein dos sandos, saiba tu que ela era a mulher de mestre didi, o alapini. Ela pode nao conhecer odo lesen pra dentro. Mas se essa mulher viveu com o.mestre e esta contando folclore, eu nao sei quem é que sabe algo então
Acho que Candomblé pode e deve ser tratado como movimento cultural e toda cultura deve estar disponível para quem tem interesse.
Algum livro para ogã sobre toques alguma coisa do gênero
Desconhecemos!
ótima dica
Poderia por gentileza me orientar a sequência dos 8 livros , ao qual seria interessante ler… Pois nunca li nenhum livro sobre minha religião, gostaria de saber mais sobre nossos Deuses africanos ao qual tenho imenso amor e muita gratidão….
Não há uma ordem!
Muito obrigado pelas dicas. Já tinha três e consegui os demais, com exceção da Omimdereua. Muita Saúde em 2021! Kolofé!